segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Eu gosto de gente

Eu gosto de gente visceral.
Abraço apertado e quente. Boca que toca quando beija (não gosto de beijo no ar). Gente que ri gargalhado. E chora pra valer.
Gente que toma banho de chuva. Que vira criança.
Gente que erra. Não creio em gente perfeita.

Odeio gente "tecnica", fria, coerente.
Amo os incoerentes!
Eu gosto de gente de verdade.

Rita Brafer (14/12/2012)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A Baleia Mais Solitária do Mundo

Em 2004, The New York Times escreveu um artigo sobre a baleia mais solitária do mundo. Cientistas, que a têm acompanhado desde 1992, descobriram o problema:

Ela não é como qualquer outra baleia. Ao contrário de todas as outras baleias, ela não tem amigos. Ela não tem uma família. Ela não pertence a nenhuma tribo ou grupo. Ela não tem um amante. Ela nunca teve. Suas canções vêm em grupos de duas a seis chamadas, com duração de cinco a seis segundos cada. Mas sua voz é diferente de qualquer outra baleia.

Ele é única. Enquanto o resto de sua espécie se comunica entre 12 e 25Hz, ela canta em 52Hz. Você vê, esse é precisamente o problema. Nenhuma outra baleia consegue ouvi-la. Cada uma de suas chamadas desesperadas para se comunicar permanece sem resposta. Cada grito, ignorado. E, com cada canção solitária, ela se torna mais triste e frustrada, suas notas musicais caindo mais fundo no desespero, conforme os anos passam.

Imagine esse mamífero gigantesco, flutuando sozinho e cantando – grande demais para se conectar com qualquer um dos seres que passam por ele, sentindo-se paradoxalmente pequeno no vasto oceano vazio, no mar aberto.

Informações - http://agroba.se/SSrj9T , http://agroba.se/QDDpYD
Foto representativa: Flip Nicklin/National Geographic
Fonte: http://agroba.se/SSrnXn - Via Biologia-vida



quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O que estamos fazendo de nós?



Ando pensando sobre o tempo. Ou melhor, sobre o que fazemos com o tempo.
Sobre a falta de tempo da maioria esmagadora das pessoas.

A gente tá a toda hora ouvindo alguém dizer: “nossa, como o tempo está passando rápido!” (todos nós já dissemos isso ao menos uma vez, né?). Eu também acho que está passando rápido, tenho essa mesma sensação. Lembro que quando era criança demorava um ano de Natal para Natal... E ainda é assim né? Mas o ano agora parece bem menor.

Mas se o tempo está tão mais curto, mais escasso, mas o que cada um de nós está fazendo com o seu tempo?

Porque se o tempo é curto precisamos beber cada segundo dele, aproveitar cada gota, sem desperdiçar, sem derramar, sem deixar para amanhã ou não perceber o tempo passar pensando no ontem.

Porque a gente tem o tempo tão curto. Porque estamos (ou nos sentimos) sempre tão ocupados?

As pessoas estão sempre muito ocupadas pois  fazem faculdade, trabalham o dia todo, precisam estudar para a prova, fazer trabalhos para entregar na faculdade (putz e já está atrasado, precisa ser entregue na segunda e já é sexta, precisa ser feito no final de semana a toque de caixa), terminar o relatório para o chefe (que é sempre urgente, tem sempre meia hora pra fazer). Tem o curso de inglês, de espanhol, de mandarim, de latim, de “venusiano” (todos cursos feitos porque o “mercado” pede, e afinal todos querem ser profissionais preparados). Sobrar tempo (afinal tenho que entrar no Facebook/Twitter, etc  por horas a fio, ler tudo que aparece que não tenha muita profundidade - porque se o texto for muito longo e muito “profundo” é melhor ler depois, agora não dá tempo), depois vou dormir um pouco, descansar não vaid ar tempo.

Poxa vida...
Só se preciso estudar TANTO para as provas porque não se estava presente na hora da aula. Eu não escutei mais que um “zumbido” enquanto o professor falava, enquanto alguns outros alunos davam suas considerações e o meu pensamento era:
-“Se esse trouxa não parar de fazer pergunta essa aula não acaba nunca” ou
- “Putz, professor chato, aula chata. O que é que ele está falando? Será que isso cai na prova?”
ou
-  estava conectado a alguma rede social pelo celular ou algum desses outros aparelhos móveis enquanto a aula corria e eu, que acho tão importante estudar, fazer esse curso, que foi escolhido por mim (ou pelo mercado?) porque quero ser um excelente profissional.
O professor sempre dá os trabalhos com um certa antecedência... mas eu estou sempre sem tempo pra fazer, afinal, tenho que me “conectar com o mundo”... A questão é: com qual mundo eu ando me conectando? As pessoas na minha vida são pessoas ou páginas na Rede Mundial de Computadores, vulgo Internet.

E o relatório pro chefe? Porque falta sempre meia-hora para entregar? Eu sei o que faço no meu trabalho? Ou tenho que parar e pensar cada vez que tenho que colocar isso no papel, que dizer pro cliente como está o andamento do trabalho? Porque o tempo é tão curto.

Tem 4 anos conheci uma pessoa e durante uma reunião no trabalho, falávamos de viagens, passeios (não lembro porque surgiu o assunto). Ouvi dessa pessoa a seguinte frase: “Eu e meu marido não pensamos em viajar, passear, etc agora. Agora só vamos trabalhar muito, juntar dinheiro aí quando formos velhinhos a gente usa o tempo para se divertir...” Eu perguntei a ela: “Como sabe que ainda vão estar vivos até lá?” (fez-se silêncio e a reunião voltou a seu curso normal. Fiquei um tempão sem ver essa pessoa. Reencontrei uns 6 meses atrás. A vida dela mudou muito. E o bacana é que agora ela quer viver o presente e o tempo para estar com ela mesmo e que o filho (que nasceu nesse meio tempo que não nos vimos) que ela teve é muito, muito precioso. Precioso agora, não daqui a alguns anos quando ela juntar bastante dinheiro.

Não quero negar aqui que a gente faça uma “porrada” de coisas todos os dias. Trabalhamos, estudamos, enfrentamos trânsito, correria... mas quantos de nós vive realmente cada momento desse? Quantos de nós lembra de uma coisa bonita no caminho que fazemos todos os dias? Quantos de nós olha e vê de fatos as pessoas que passam por nós, que sentam conosco no ônibus e no metrô? Quantos de nós fala REALMENTE “bom dia!” pro nosso colega de trabalho, pro cobrador e motorista do ônibus, pro senhor que entrega jornal na porta do metrô?
Ah, alguém aí já percebeu como estão as pitangueiras da cidade? Sim, eu to falando sério, vocês já cruzaram com um pé de pitanga carregado de frutas nos últimos dias nas ruas de Sampa? Pois reparem... eu até já comi algumas!

E dentro dessa correria as vezes sobra um tempo para sair com o amigo, colega, namorado, mãe, pai... e quando a gente faz isso, a gente está de fato com aquela (s) pessoa(s), vivendo aquele momento? Vou ao teatro, ao cinema, no parque com você, mas na verdade você e eu estamos apenas ali, no mesmo lugar, para assistir o mesmo espetáculo, mas eu estou sem tempo de conversar com você, de descobrir (ou redescobrir) quem você é, de te enxergar porque esse é um momento “livre” e preciso postar no Facebook e no Twitter que estou passeando, marcar o lugar e se possível tirar uma foto e colocar no Instragram! (afinal as páginas virtuais que são os meus relacionamentos precisam saber). E quem tá com a gente muitas vezes fica ali, boiando (especialmente se a pessoa for como eu, que gosta de conversar, dividir momentos com pessoas, de olhar no olho, de sorrir junto). Se vou jantar com alguém não é com essa pessoa que comento o sabor do bife, mas sim posto na rede social (se a pessoa estiver adicionada na sua lista virtual, ela vê seu comentário depois, e pode até curtir ou comentar), a mesma coisa acontece se assisto um filme, vejo uma peça ou qualquer outro momento que eu “divida” com alguém.

Em tempo! Eu não sou antitecnologia! Estou em redes sociais, adoro enviar e receber emails, escrever em blog,  etc etc. O que me incomoda é essa coisa “impessoal” e alienada. As pessoas não são mais GENTE, são PERFIS.
Se a gente parar pra prestar atenção tem gente que está postando milhões de coisas nas redes todos os dias, durante muito tempo por dia e se você enviar uma mensagem pessoas o máximo que você vai ter de volta é um “curtir” ou se a mensagem tiver pedindo uma resposta ela muito provavelmente será: “estou numa super correria agora, mas assim que tiver tempo te respondo”, ou ainda, muito tempo depois, você vai encontrar essa pessoa e ela vai te dizer: “ah, recebi a sua mensagem, mas não tive tempo de responder, desculpe”. Especialmente a pergunta pedir que a pessoa pense sobre algo para responder. Afinal, pensar é uma perda de tempo absurda de mais estando o tempo tão curto.

E os familiares com quem você cresceu junto, daí um dia, com saudade, você manda um email, falando da saudade, relembrando coisas de infância. A resposta geralmente é nenhuma... mas desses você sempre recebe “correntes” (que muito provavelmente nem leram antes de te enviar, exceto a frase final onde está escrito “você irá pegar catapora se não enviar para 500 pessoas em 2 horas”. Tem mais alguém aí que tem alguém na sua lista de conhecidos de email que só te escrevem para mandar correntes? Ou sou só eu que estou cadastrada num grupo chamado “envio de correntes” de algumas pessoas?

Ah, sim, eu confesso esses meus grandes pecados: Eu gosto de enviar uma mensagem de celular só pra falar “bom dia” quando a pessoa não está por perto e eu quero muito lhe desejar bom dia. Quando eu sinto uma saudade imensa de alguém que está longe fisicamente, ou sinto como se ela estivesse me chamando eu envio sim, a mensagem que for possível (seja uma oração, seja um “oi” por algum meio tecnológico, seja um sinal de fumaça). Isso me faz bem. Sim, eu “gasto” tempo fazendo algo que eu gosto por mais que pareça para alguns que seja bobagem. Sim, eu falo com gatos na rua e paro para acariciá-los mesmo que eu esteja “atrasada”. Sim, eu gosto, gosto muito de olhar no olhos das pessoas. Adoro “jogar conversa fora”. O tempo urge. Urge que eu viva.

As pessoas não estão mais presentes! Isso é terrível, e me incomoda horrores!

São tantas pequenas coisas, pequenos momentos, pequenas belezas que se perde... eu gosto tanto, tanto, tanto de olhar no olho, de conversar por horas a fio, de escrever um email pra alguém (sim! Eu gosto de tecnologia, de um “uso humano” da tecnologia) e receber resposta, de receber um email “pessoal” de alguém e poder responder... amo passear acompanhada de um colega, amigo... mas ultimamente confesso que tem sido mais interessante sair sozinha. Porque a gente está sozinha de qualquer jeito e ainda tendo que bancar a educada com alguém que nem está nos vendo.

E quando a gente tem aquela pessoa que sempre houve a gente quando a gente precisa conversar, sempre está ali, dando apoio, falando o que a gente quer e as vezes até o que a gente não quer ouvir mas que fazem a gente sentir um alívio enorme só pelo fato de alguém ter nos ouvido. Quantas vezes essa pessoa tenta falar conosco e a gente não ouve? Ou a corta enquanto ela fala, ou nem dá atenção, afinal... você tá sem tempo pra conversar.

Porque estamos perdendo a humanidade?

Trabalhamos e estudamos tanto pra que?

O grande e maior aprendizado está em viver e estamos deixando essa parte, VIVER, para quando? Se estamos sempre dizendo que o tempo está passando cada vez mais rápido quando é que vamos viver o tempo que temos, o agora que temos? Quando estivermos formados e ganhando bem pra caramba? Pra que?
Pra que eu preciso de dinheiro pra comprar aquele sorvete que dizem que é o melhor do mundo se eu nem presto atenção ao sabor dele? (simplesmente engulo)

Pra que eu quero fazer aquele passeio às ilhas gregas se as maiores lembranças que vou guardar de lá é o cheiro ruim do lixo deixado pelos turistas?

Pra que eu vou subir o Corcovado com chuva se não vou aproveitar aquele momento com o melhor que ele me traz porque vou estar mais preocupada em criticar os guias de turismo que me deixaram subir mesmo sabendo que ia chover e a vista “não ia ficar tão bonita”(será que não?)?

Porque eu estou tão PREocupado em saber “como será o amanhã” (responda quem puder...), quanto eu terei no banco amanhã, para onde ou vou viajar amanhã se hoje eu estou fazendo tudo automaticamente correndo contra o tempo?

Porque eu fico pensando no que já foi, no que fiz e não fiz? (enquanto eu tava pensando um Bem-Te-Vi pousou do lado de fora na caixa do ar-condicionado do escritório, me olhou e cantou, cantou, cantou exaustivamente... e eu nem vi. (e a única coisa que ficou registrada desse canto em algum lugar da minha mente atribulada foi: “ai, porque esse bicho não para de fazer barulho”).

Se é pra perder algum tempo com o passado, tenta lembrar, buscar no fundo da memória quais eram seus sonhos e anseios de quando era criança, de quando não se preocupava com o tempo. Correr na chuva? Ganhar uma bicicleta? Fazer um castelo de areia? Quanta coisa, dessas que você tem guardada lá no fundo da memória (naquele baú que já está cheirando a mofo, mas se você se atrever a abrir a tampa vai libertar borboletas multicoloridas que te farão sorrir) você realizou? Quantas ainda pode realizar? Quantas apenas te farão rir?

Graças a Deus ainda tem muita gente que para e gasta algum tempo com coisas essenciais! E eu tenho tentado ser uma delas.

Acho que quando a gente gosta de algo, ou alguém, ou alguma coisa ter um tempo pra isso é prioridade. Escolher as prioridades corretamente, pra não ficar pensando amanhã (se amanhã chegar) no que deixou de fazer hoje.
O texto parece ter ficado meio desconectado, muitos pensamentos que são no fundo um só que vão e voltam em cada parágrafo, coisas misturadas que são só uma vontade enorme de humanidade.

O tempo passar, o tempo voa e a poupança Bamerindus... (bom, o Bamerindus já nem existe mais).

Bom dia!

Rita Brafer – 28/11/2012

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Eu superei-me.  Levei minhas próprias cinzas para as montanhas. Eu inventei uma chama mais brilhante para mim.
Zaratrustra

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O Rio de Janeiro continua lindo!

Cristo Redentor abençoando a Guanabara
O Rio de Janeiro continua lindo!


Sim, continua.

Não é só Ver, e Viver as belezas naturais do Rio que me faz repetir essa frase.
Caminhar pela pista Cláudio Coutinho é divino. Mar e Montanha, numa harmonia mágica, como toda a Cidade do Rio de Janeiro.

Caminhar pelas praias e ver o Morro dois Irmãos, o Pão de Açúcar, a subida para o Corcovado e a imensidão do belo que vemos lá encima... descer pela floresta da Tijuca e presenciar a natureza bela e senhora!

Presenciar toda a "maravilha de cenário" quando o avião vai pousar no Santos Dumont já é divino. (a primeira vez que passei por isso chorei e pensei: se eu morrer agora, morro feliz, com a mais bela imagem que já vi gravada em minha alma).


Vendo Ipanema do Arpoador


É lindo pelo Arpoador, pela Ponte Rio/Niterói cruzando o mar, pela árvore incrível que tem em frente ao Santos Dumont, pela flor que nasce em outra árvore...
Árvore em frente ao Santos Dumont



Flores... na Urca



O Rio de Janeiro é lindo por tudo isso. Porque o Pai Maior abençoou esse lugar quando o esculpiu em pedras e mar. No Rio Deus esculpiu até a água tamanha perfeição. Como diz uma música: "Quando Deus te desenhou ele estava namorando na beira do mar".

Morro Dois Irmãos

Praia Vermelha



Mas principalmente o Rio de Janeiro é lindo pelo senhor que leva o cachorrinho (vozinho) para vacinar na Urca, pelas pessoas que abençoam as outras por uma batata frita, pelo samba de roda. O Rio de Janeiro é lindo por quem vive lá (por causa dos cariocas. De nascença ou de vivência). As pessoas no Rio sorriem. São prestativas. Te olham nos olhos e dizem "bom dia!". Apesar de toda a violência pregada que (dizem) existe lá (e onde não existe?) os cariocas não fogem quando alguém pede informações, eles ajudam, se puderem com a informação, se não souberem a informação ajudam melhorando nosso dia com sua cordialidade.A polícia sorri e faz piada sobre onde achar a estátua do Drumond (Carlinhos)
Ipanema - Olha que coisa mais linda mais cheia de graça...

Copacana

O Morro e o Asfalto. Juntos!





No Rio as pessoas cantam no lugar de falar. Tenho a impressão que o S com som de X é uma espécie de som herdado dos pássaros. No Rio, as favelas são COMUNIDADES! Comunidade!!! Que lindo viver em comunidade, compartilhar, e eles vivem assim, no morro e no asfalto, COMPARTILHAM. A cidade é arborizada. E as pessoas cuidam dos jardins (uma grande dor no dia que voltei a Sampa é que a prefeitura tinha cortado a árvore que ficava próxima à minha janela porque ela estava num lugar onde queriam construir uma arquibancada pro campinho de futebol... mas quero falar do Rio!).


O Rio de Janeiro continua lindo porque assim como o Cristo Redentor de braços abertos sobre a Guanabara (linda!) o povo Carioca está de braços abertos para a VIDA!

Rio de Janeiro, te amo!

Rita Brafer, com muita saudade e rogando ao Pai Maior para um dia voltar pra lá(e ficar)
28/09/2012

Saudade

Cigano...
Quanta saudade de ti. Quanta saudade de sonhar contigo e acordar com o cheiro do teu abraço, o conforto do teu acalanto, a tua presença em mim.

Faz tempo que não me lembro dos nossos encontros em sonhos, se tivemos algum. Muito tempo. Talvez seja só a falta de lembrança.

Tu sabias antes de mim que eu precisava do casulo para me recompor, não sabias?

Por onde andas? Aqui ou além?

Eu voltei. Ainda um pouco tímida, mas cá estou novamente. Recomeçando. E estás comigo te sinto sorrir pra mim.

As vezes acho que tu me brindas com tua presença de tempos em tempos. Aquele dia no mar, aquele dia na Lapa... são instantes tão completos de magia que alguma partícula de mim te reconhece. E se sente segura.

Eu te amo pra sempre. Quanta saudade de você. Bom dia, amor meu!
Até a vista!

Sua Cigana para sempre!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A ELEVAÇÃO DE UM FILHO DE FÉ

Numa praia deserta caminhava um filho de fé…
Atormentado por suas mágoas e provações, buscava por um alento um consolo.
Buscava forças e um sinal de esperança, para poder continuar lutando….
Olhava fixamente para as águas do mar, as ondas se quebrando, vindo do horizonte aos seus pés se esparramar…
Uma lágrima entristecida, cobriu-lhe a face, seu coração apunhalado pelas intrigas e maldades dos seu irmãos, já se tornava insuportável….
“Então”…
Quando percebeu, já estava distante, foi quando notou que já estava entardecendo…
O vento soprou em seu rosto e veio a sua intuição..
A Senhora dos Ventos, Mãe Iansã, e a saudou com alegria e sentiu suas magoas serem levadas pelo vento, a paz começou a renascer…
Olhou para o poente e viu no céu as nuvens avermelhadas, então com grande força saudou o Senhor das Demandas, seu Pai Ogum, e aos poucos o peso que lhe afligia se quebrava, e continuou caminhando…
Observou na beira das águas, peixinhos dourados a cintilar, foi então que seu coração se encheu de doçura e saudou Mamãe Oxum, que o abençoava com seu sagrado e divino manto…
Aos poucos, leves gotas de chuva tocaram a sua pele e a paz de espírito e o amparo que sentiu o fez lembrar-se de Nanã Buruque, que com sua lama sagrada, aliviou por completo suas dores causadas pelos tormentos materiais e espirituais, e a saudou com grande festividade…
Perdido em seus pensamentos o filho de fé, caminhava fascinado, quando de repente a brisa tocou seus cabelos e junto com elas trouxe folhas distantes, sem hesitar saudou Pai Oxossi, e pediu em sua mente que aquelas folhas lhe purificassem e o livrassem de todos os sentimentos impuros.
Sua concentração foi interrompida ao ver um raio iluminar o céu, e ouviu um alto estrondo que lhe encheu o peito de coragem.
“Kaô Kabecilê”, e sentiu a mão forte do seu pai Xangô, então confiante, não mais sofria pelas injustiças,pois seu pai lhe protegia…
Então admirado, sentou-se a beira mar, olhou para o céu e viu uma constelação, e lembrou-se das almas benditas e dos adoráveis pretos velhos, e sem se esquecer do bondoso Pai Obaluaê, que aos poucos com seu fluido curava as chagas do seu corpo e espírito…
Fixou o olhar no céu, e nas nuvens brancas a rodear as estrelas e uma delas brilhava e cintilava, como se fosse o centro do Universo, então humildemente, nosso irmão de fé agradeceu a Pai Oxalá por ter lhe dado o Dom da Mediunidade e poder levar alento e paz aos irmãos necessitados…
Então um perfume exalava de dentro do mar, eram rosas perfumadas que chegavam até ao seus pés, e foi ai que avistou Mãe Iemanjá, seu coração não se continha de tanta alegria, sua mãe o amparava e o confortava, e veio a sua mente…….
“A elevação do filho de fé….
Não está na força ou sabedoria, mas sim em seu coração…
Porque ele pode saber pouco ou não ter força alguma.
Mas sente a essência e o fundamento da verdadeira Umbanda…
Paz, Amor e Caridade!!!”

(autor desconhecido)

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Grito

Tô precisando enlouquecer, surtar, me arrancar com unhas de dentro de mim.
Tô sufocada dentro de uma lágrima represada dentro do meu peito. Lágrima alimentada por pequenas lágrimas que eu disse pra mim mesma não ter importância e fiquei presa dentro da lágrima, olhando o mundo através de suas paredes quase transparentes.
Grito um grito mudo.
Sufocada.
Atada.
Quando foi que eu deixei de ter importância pra mim mesma e me deixei ficar?
Quero rasgar.
Preciso me rasgar por inteiro.

Rita Brafer - 01/08/2012

sexta-feira, 29 de junho de 2012

E que triunfe a força da imaginação


Sem mandamentos - Oswaldo Montenegro

Hoje eu quero a rua cheia de sorrisos francos
De rostos serenos, de palavras soltas
Eu quero a rua toda parecendo louca
Com gente gritando e se abraçando ao sol
Hoje eu quero ver a bola da criança livre
Quero ver os sonhos todos nas janelas
Quero ver vocês andando por aí
Hoje eu vou pedir desculpas pelo que eu não disse
Eu até desculpo o que você falou
Eu quero ver meu coração no seu sorriso
E no olho da tarde a primeira luz
Hoje eu quero que os boêmios gritem bem mais alto
Eu quero um carnaval no engarrafamento
E que dez mil estrelas vão riscando o céu
Buscando a sua casa no amanhecer
Hoje eu vou fazer barulho pela madrugada
Rasgar a noite escura como um lampião
Eu vou fazer seresta na sua calçada
Eu vou fazer misérias no seu coração
Hoje eu quero que os poetas dancem pela rua
Pra escrever a música sem pretensão
Eu quero que as buzinas toquem flauta-doce
E que triunfe a força da imaginação

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Quase tão perto

Te ver de quase tão perto mais uma vez.
Engraçado, parece que é sempre da mesma quase distância. Do mesmo local. Acho que se eu contasse seria o mesmo número de passos para chegar até você.
É como se eu tivesse ali de novo, do mesmo lugar, mesma distância em todas as direções, te vendo ali. A história era outra, mas ainda somos nós, eu e você.
Eu e você respirando o ar do mesmo lugar, a passos de quase distância. No mesmo espaço o meu e o seu fluídos energéticos.
É como se eu te conhecesse a milênios.
Eu prevejo cada passo, cada gesto teu e ainda assim me surpreendo e me vejo em estado de graça.
Vejo tuas mãos. Olho muito pra elas. Penso quantas vezes elas me tocaram, me acariciaram, me protegeram, me guiaram. Vejo que envelheceram um pouco, mas continuam tão minhas!
E os teus olhos! Quantas vezes sorriram pra mim... a tua boca, teus dentes sorriso. Teu corpo, teu jeito de andar, teu tudo. Tudo tão familiar, tão próximo, tão pele.
Volto as tuas mãos. Eu as amo! Você aperta quando segura outras mãos.
E volto aos teus olhos e quando eles parecem cruzar com os meus, por uma fração de segundos, o segredo é nosso. Te sinto. Te olho. Te vejo. E esse segredo é tão tão tão nosso.
Tua voz.
Tudo que acontece duas vezes acontece ao menos mais uma vez.
Da próxima vez falarei por dias do teu cheiro e do gosto de tua saliva. Falarei pra mim mesma. E pra você.
Nosso segredo.
Quase tão perto.

Rita Brafer - Junho/2012

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Salve Santa Sara Kali

Elevamos nosso pensamento a Santa Sara Kali e pedimos que através da dança, da alegria, do calor e do brilho sol, da bela lua, das cores do universo, da estrela brilhante que há em cada uma, saibamos amparar e proteger quem de alguma forma necessite de nós. E que saibamos amparar uma a outra, que aprendamos a nos conhecer, a conhecer a força da natureza que nos cerca, e que Deus nos ensine o caminho certo para usar a sabedoria que nos deu sempre para o bem! Salve Santa Sara Kali! Salve o Povo Cigano!

(oração em homenagem a Santa Sara Kali, padroeira do povo cigano - uma pequena homenagem escrita por mim em setembro/2007)




segunda-feira, 21 de maio de 2012


Não sei que flores deveriam ter no quintal do meu vizinho. Estou aprendendo a escolher as sementes pra plantar no meu. E ainda tem que me sobrar tempo para carpir minhas próprias ervas daninhas.

sexta-feira, 23 de março de 2012

A alguém especial. Me fale das andanças ex amor...

A Vida Quis Assim - Oswaldo Montenegro

Me fale das andanças ex amor

Dos melhores momentos que passou

Me fale que vou te falar dos meus

Eu tenho todo tempo pra ouvir

Os melhores momentos que eu vivi

São todos que passei ao lado teu.

Mas se você quiser não vou lembrar,

Pra não te constranger
Me ver chorar

A gente fala então do que virá

Eu tenho toda vida pela frente


E vou viver da forma mais urgente

Quem sabe um dia eu pare de te amar.

E mesmo que isso possa acontecer


Eu vou sentir saudade de você




Que culpa pode ter o coração


Que pena que a vida quis assim


Você viver feliz longe de mim

A dor rindo da minha solidão...



Se alguém vier pedir o meu conselho

A gente não aprende no espelho


A gente vive e sofre pra aprender

Cada amor é tanto e diferente

A vida insiste em dar esse presente


Comece o dia amando mais você!



E mesmo que isso possa acontecer e

Eu vou sentir saudade de você

Que culpa pode ter o coração

Que pena que a vida quis assim

Você viver feliz linge de mim


A dor rindo da minha solidão



Se alguém vier pedir o meu conselho

A gente não aprende no espelhi

A gente vive e sofre pra aprender

E cada amor é tanto e

diferente

A vida insiste em dar esse presente


Começe o dia amando mais você!




Piço, e a Chapada Diamantina sempre vai me
lembrar você.
Obrigada!
Me perdoe!
Sinto Muito!
Eu te amo!
Obrigada!





sábado, 3 de março de 2012

domingo, 22 de janeiro de 2012

Coluna "Pensações"

(mais um da série "esvaziamentos". Texto escrito em 2010)

“Porque é tão difícil dizer aos outros o quanto gostamos deles?” (frase do livro “Ostra feliz não faz pérola – Rubem Alves)

Quando li a frase acima no livro citado, escrevi o seguinte:

Porque? Oras, porque quando uma pessoa sabe que gostamos dela, ela vai enfiar o dedo no nosso coração, sádica e lentamente, nos fazendo sangrar com um sorriso nos olhos vendo a nossa dor.

Depois o buraco fica lá. A pessoa quando precisa de novo da gente, sabendo que é “gostada”, afasta o dedo do buraco e com cara de inocente se oferece de novo ao nosso carinho. Mas o buraco fica lá. Arde um pouco pra sempre. Sabe ferida mal curada? Dói como gastrite, mas “gastrite no coração”. E os nossos olhos brilham um pouco menos. E fica cada vez mais difícil de dizer: eu gosto de você.

Por Rita Brafer

Coluna "Pensações"

Pensando... e ouvindo música. (texto escrito em 19/07/2009 - da série "esvaziamentos")



As vezes as coisas, algumas coisas, parecem tão injustas.

Penso já ter ouvido uma vez que nem sempre quem mais trabalha é o mais reconhecido. Sim, ouvi. Foi um professor de teatro uma vez, comentando uma cena que eu e um amigo tínhamos feito, escrito, apresentado... cada dupla tinha que escrever uma cena, apresenta-la e depois trocar com outra dupla para uma nova apresentação. Cumprimos nossa tarefa e depois tivemos que fazer a tal troca com quem não tinha cumprido a sua... e tivemos trabalho duplo! E ele fez esse comentário. Mas enfim, não reclamo, trabalhar é sempre bom, principalmente com o que a gente gosta.

Mas ainda assim, gostando da oportunidade de trabalhar e sabendo, tendo a consciência que nem sempre o esforço é reconhecido ainda não aprendi ser desprendida o bastante a ponto de não sentir dor, tristeza, desânimo e uma pontinha de mágoa quando me esforço, estou feliz com um trabalho e percebo que alguém envolvido tão de perto da bem pouco importância para minha participação nele, quando tenho a sensação que se eu não tivesse ali não faria diferença, e pior, que a minha presença serve apenas de pano de fundo para o que realmente importa para essa pessoa.

Aí, de repente, mais uma vez, um trabalho que pra mim é (ou era) tão meu fica tão alheio a mim, fico tão sem importância que me sinto a “atriz coadjuvante de um monólogo”.

Pra mim o “tamanho” dos papéis, das participações no teatro e na vida nunca tiveram grande importância e sim a intensidade é que importa. Mas tem coisas que minam o meu tesão, e me sentir insignificante e dispensável é “um pouco” pesado pra mim... mina meu tesão e me faz sentir mal.

Não sei, mas parece que meu trabalho de burro de carga é muito bem vindo, mas pára por aí,

Fico na dúvida: desistir e jogar a toalha ou dar o melhor de mim POR MIM. Busco essa mulher (essa personagem) em toda sua plenitude ou me visto de cinza e me apago nesse monólogo? Ou será que deixo a barba crescer e a ponho de molho?


(texto escrito durante os ensaios da peça “À Queima-Roupa, depois que o diretor me pediu para falar o texto fora da luz para dar mais destaque ao outro ator. O bom é que, na dúvida, optei por fazer o espetáculo POR MIM e descobrir "essa mulher" em sua plenitude e foi muito bacana viver a Eurídice, boas lembranças!)